Um rosto pálido.
Mãos trêmulas e mortas.
Olhos arregalados e paralisados.
A respiração inexistente.
O coração?
Que coração?
Palpita uma vida injusta.
Ela não tem suavidade mais.
Pinta os olhos de tinta preta e esfrega as mãos no rosto.
Chora quase um luto por ela mesma.
Contorce-se entre dores e falência de sentidos
Deita quietinha num choro miúdo
E não sabe o que é imaginação ou realidade.
Não sabe se dorme ou se tudo é vida dela.
Não seria crime nenhum
Se ela afogasse todas as mágoas assim em qualquer rio podre
Não seria sacrilégio nenhum
Se ela enterrasse todas as caixinhas de desaforo em qualquer ruazinha deserta.
Ela inventou um novo verbo: “desilhar”
Cansou de estar ilhada por tantas coisas ruins e injustas.
Só falta ter a sabedoria de descobrir como proceder para cada “desilhamento”
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