domingo, 15 de janeiro de 2012

Absolvição.

Aquele homem tem razão em sua fala.
Não existia lei para tal fato, portanto, não aponta crime nas mãos daquela mulher.
Ela tem pecados, mas crimes?
Aquele homem não enxerga os olhos culposos daquela mulher, mas tem razão em sua fala: Não existe lei para tal fato.
Ela se enxerga suja e às vezes o enxerga sujo como ela também.
Ela traduz culpa em sua fala, mas nunca viu culpa nos lábios dele ou parte alguma daquele homem.
Onde existe culpa também existe pecado e crime, não é?
Enquanto ela se afoga diante tanta podridão ele grita e com razão em sua fala que não existe lei para tal fato.
Ele não esta preocupado com a absolvição daquela mulher. Com o que se preocupa?
Ela não se enxerga digna e sofre.
Ele não enxerga crime nela.
Ela se puniu.
Ele não enxerga crime nela.
Ela se aprisionou.
Ele não enxerga crime nela.
Ela se viciou.
Ele não enxerga crime nela.
Aquele homem tem razão em sua fala.
Não existia lei para tal fato.
Aquela mulher tem razão em teu ato mesmo o achando reprovável.
Ela se culpou.
E aquele homem não enxerga crime nessa mulher?
O superego deste homem o enxerga naquela mulher, mas não o vê como o crime dela.
E para aquela mulher a sua absolvição é remota desde que ele enxergue crime nela um dia.
Aquele homem tem razão em sua fala.
Não existia lei que proibisse aquela mulher de se incriminar por aquele homem.
Ela se manchou.
E ele nunca verá crime nela já que é mais criminoso do que ela, e o crime daquele homem está longe de não ser visto.
Aquele homem não se tornou  apenas um segredo, um mistério, um caso para aquela mulher.
Se tornou o crime dela e ele deveria enxergar mesmo não tendo lei para tal fato.

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