Ela não tem noção do tempo, essa tal de Carolina.
Ela fica horas olhando no espelho e não a enxerga.
Cantarola as musicas em francês com a pronuncia errada e praticamente berra.
Ela arruma a casa semi-nua, essa tal de Carolina.
Os vizinhos a acham diferente e alguns até se acostumam com esse jeito sem jeito que ela tem.
Ela sorri para ela mesma e a aconselha.
Essa tal de Carolina usa roupas por cima de outras roupas.
Pinta uma unha de cada cor e sai na rua descabelada.
Tem vasos sem flores e flores grudadas na parede.
Não usa elevador e o mais longe que vai são cinco quadras da sua casa.
Passeia no parque de manhã recém chegada da farra ainda de porre e dança em cima dos bancos das praças passando por cima dos senhores que lêem o jornal.
Uma tal de Carolina.
Uma desgraça para quem não a conhece uma dádiva para quem a fez.
Essa tal de Carolina saiu por volta das onze horas da noite não disse para onde ia e nem se voltava.
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